domingo, 5 de junho de 2011

A infância? A adoro. Sempre penso em como tenho saudades de muitas coisas dessa época da minha vida. Sinto falta da inocência, das brincadeiras, do ócio autorizado, da escola, de todos os meus sapatos terem cheiro de tutti-frutti, meus cadernos terem capa de bichinho [e o melhor, ninguém me encher o saco por isso].

Ultimamente, em uma de minhas reflexões sobre este assunto, notei algo engraçado. Uma das coisas que eu mais detestava quando era criança era a falta de autonomia sobre a minha vida. Vivia profetizando aos meus amiguinhos que, quando fosse adulta, comeria quantos chocolates quisesse, dormiria e acordaria a hora que quisesse, ia sair no frio sem casaquinho, ia anarquizar todas essas regras bestas que pai/mãe adoram inventar.

Hoje, como adulta, realmente como quantos chocolates quero... E depois, brigo com a balança, tenho dor de barriga, passo mal. Entendo muito bem que estas consequências tem a ver com minha "anarquia"... E normalmente me arrependo de ter sido uma má garota.

Descobri que quem escolhe a hora que eu acordo é meu chefe e o trânsito da minha cidade, não eu. E as consequências de ir contra esta regra me doem tanto no bolso, que não costumo quebrá-la nem pelos famosos 5 minutinhos. Se durmo tarde, meu desempenho no trabalho cai, e isto me irrita... Logo, no fim das contas, não vale tanto a pena quanto achei que valeria.

A verdade é que hoje, como sou eu quem arca com as consequências das minhas escolhas, vejo como quebrá-las perdeu o seu alto valor... [o que não me impede de fazer isto de vem em quando, claro... A criança dentro de mim diminui, mas não morreu.]

Mas o mais interessante de estar do outro lado da moeda, é quando eu estou em posição de autoridade com quem hoje é criança. É inacreditável... Mas a minha cartilha de regras ganhou uma sessão de anexos e itens extras. Descobri que sou uma chata! E que, legal mesmo, era a minha mãe, que me deixava andar descalça em casa e, às vezes, deixava eu comer danoninho com o dedo... Um dia, quando eu crescer, quero é aprender a ser como ela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário