Quero comprar...

Começo de mês, pagamento na conta, um sentimento consumista me surpreende.

Quero te comprar.

Um súbito desejo de te pegar por impulso em uma prateleira empoeirada qualquer me invade. Um produto. Sem passado, com um futuro em branco, pronto para ser usado do jeitinho que eu decidir.

Pagaria o dinheiro que fosse.

Guardaria sua caixinha original na parte de cima do meu armário, não deixaria ninguém encostar em você.

É uma pena você ser produto indisponível nos mercados das redondezas...