Ultimamente, em uma de minhas reflexões sobre este assunto, notei algo engraçado. Uma das coisas que eu mais detestava quando era criança era a falta de autonomia sobre a minha vida. Vivia profetizando aos meus amiguinhos que, quando fosse adulta, comeria quantos chocolates quisesse, dormiria e acordaria a hora que quisesse, ia sair no frio sem casaquinho, ia anarquizar todas essas regras bestas que pai/mãe adoram inventar.
Hoje, como adulta, realmente como quantos chocolates quero... E depois, brigo com a balança, tenho dor de barriga, passo mal. Entendo muito bem que estas consequências tem a ver com minha "anarquia"... E normalmente me arrependo de ter sido uma má garota.
Descobri que quem escolhe a hora que eu acordo é meu chefe e o trânsito da minha cidade, não eu. E as consequências de ir contra esta regra me doem tanto no bolso, que não costumo quebrá-la nem pelos famosos 5 minutinhos. Se durmo tarde, meu desempenho no trabalho cai, e isto me irrita... Logo, no fim das contas, não vale tanto a pena quanto achei que valeria.
A verdade é que hoje, como sou eu quem arca com as consequências das minhas escolhas, vejo como quebrá-las perdeu o seu alto valor... [o que não me impede de fazer isto de vem em quando, claro... A criança dentro de mim diminui, mas não morreu.]
Mas o mais interessante de estar do outro lado da moeda, é quando eu estou em posição de autoridade com quem hoje é criança. É inacreditável... Mas a minha cartilha de regras ganhou uma sessão de anexos e itens extras. Descobri que sou uma chata! E que, legal mesmo, era a minha mãe, que me deixava andar descalça em casa e, às vezes, deixava eu comer danoninho com o dedo... Um dia, quando eu crescer, quero é aprender a ser como ela.
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